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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Principais Líderes

Principais Líderes

>> Virgulino Ferreira da Silva. "O Lampião"


Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (Serra Talhada, 7 de julho de 1898 — Poço Redondo, 28 de julho de 1938), foi um cangaceiro brasileiro. O seu nascimento, porém, só foi registrado no dia 7 de agosto de 1900.
Uma das versões a respeito de sua alcunha é que ele modificou um fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que sua luz lhe dava a aparência de um lampião.



>> Maria Bonita

A primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros. Assim foi Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita. Nascida em 8 de março de 1911 (não por acaso o Dia Internacional da Mulher!!) numa pequena fazenda em Santa Brígida, Bahia e filha de pais humildes Maria Joaquina Conceição Oliveira e José Gomes de Oliveira, Maria Bonita casou-se muito jovem, aos 15 anos. Seu casamento desde o início foi muito conturbado. José Miguel da Silva, sapateiro e conhecido como Zé Neném vivia às turras com Maria. O casal não teve filhos. Zé era estéril.
A cada briga do casal, Maria Bonita refugiava-se na casa dos pais. E foi, justamente, numa dessas “fugas domésticas” que ela reencontrou Virgulino, o Lampião, em 1929. Ele e seu grupo estavam passando pela fazenda da família. Virgulino era antigo conhecido da família Oliveira. Esse trajeto era feito com freqüência por ele. Era uma espécie de parada obrigatória do cangaceiro.
Os pais de Maria Bonita gostavam muito do “Rei do Cangaço”. Ele era visto com respeito e admiração pelos fazendeiros, incluindo Maria. Sem querer a mãe da moça serviu de cupido entre ela e Lampião. Como? Contando ao rapaz a admiração da filha por ele. Dias depois, Lampião estava passando pela fazenda e viu Maria. Foi amor à primeira vista. Com um tipo físico bem brasileiro: baixinha, rechonchuda, olhos e cabelos castanhos Maria Bonita era considerada uma mulher interessante. A atração foi recíproca. A partir daí, começou uma grande história de companheirismo e (por que não!) amor.
Um ano depois de conhecer Maria, Lampião chamou a “mulher” para integrar o bando. Nesse momento, Maria Bonita entrou para a história. Ela foi a primeira mulher a fazer parte de um grupo do Cangaço. Depois dela, outras mulheres passaram a integrar os bandos.
Maria Bonita conviveu durante oito anos com Lampião. Teve uma filha, Expedita, e três abortos. Como seguidora do bando, Maria foi ferida apenas uma vez. No dia 28 de julho de 1938, durante um ataque ao bando um dos casais mais famosos do País foi brutalmente assassinado. Segundo depoimento dos médicos que fizeram a autópsia do casal, Maria Bonita foi degolada viva.



>> José Gomes, "O Cabeleira"

O Cabeleira era o apelido de José Gomes, filho de um mameluco, Joaquim Gomes. Este era um sujeito de “más entranhas, dado à prática dos mais hediondos crimes”. Da mãe herdou um coração benévolo e um natural brando, mas aprendeu com o pai a depravação e a violência.
José, Joaquim e mais um cabra chamado Teodósio causavam terrível pânico por aquelas bandas, invadindo vilas, matando muito e saqueando o que podiam carregar.
Após algumas aventuras, o Cabeleira reencontra Luisinha, sua vizinha e amiga de infância, com quem prometera certa vez se casar, mas não a reconhecendo seqüestra-a e mata sua a mãe. Após ter conhecimento de quem ela é, o coração do cangaceiro se transforma, ele pede perdão a ela por seus crimes e jura nunca mais fazer mal a alguém. Abandonando seu bando, os dois fogem juntos, mas Luisinha morre. Cabeleira, mudado e desconsolado, foi preso e morto na forca.



>> Antônio Silvino

Antônio Silvino (ou Manoel Baptista de Moraes, Ingazeira, Pernambuco, 2 de novembro de 1875 — Campina Grande, Paraíba, 30 de julho de 1944) foi um cangaceiro, filho de Francisco Batista de Morais e Balbina Pereira de Morais. Faleceu em Campina Grande, em casa de uma prima, no dia 30 de julho de 1944.
Apelidado de Batistinha ou Nezinho, inicia-se no cangaço em 1896, juntamente com o irmão Zeferino, após a morte do pai, o bandoleiro "Batistão do Pajeú".
Adota o nome de guerra de Antônio Silvino em homenagem a um tio, Silvino Aires Cavalcanti de Albuquerque, também bandoleiro. Por outros, é apelidado de o "Rifle de Ouro". Conforme a pesquisadora da Fundaj, Semira Adler Vainsencher, ele representou, um pouco antes de Lampião, o mais famoso chefe de cangaço, substituindo cangaceiros célebres tais como Jesuíno Brilhante, Adolfo Meia-Noite, Preto, Moita Brava, o tio - Silvino Aires - e o próprio pai.

Cangaceiros nomes e vulgos

Cangaceiros: alcunhas e nomes próprios

[...] Quando se fala em cangaço
Lembra logo Lampião
Como falar em forró
Lembra logo Gonzagão
Foi Cabeleira o primeiro
Chamado de cangaceiro
Nas paragens do Sertão
Seu nome era José Gomes [...]

(Trecho do cordel O bandido Cabeleira e o amor de Luisinha, Zé Antonio, 2006).
Na sua maioria os cangaceiros recebiam ou adotavam alcunhas ou apelidos, os chamados “nomes de guerra” que, de uma maneira geral, eram relacionados às suas características pessoais, habilidades ou fatos biográficos.  
Existiam os que lembravam a vida de aventuras, marcas de crueldade, coragem, vingança (Jararaca, Besta Fera, Diabo Louro, Lasca Bomba, Pinga-Fogo), assim como os mais telúricos que lembravam elementos da natureza: Beija-Flor, Serra do Mar, Azulão, Asa Branca, Rouxinol, Lua Branca.
As alcunhas serviam para despistar e confundir inimigos e perseguidores. Alguns chefes de bandos do cangaço chegavam até a colocar nos novos companheiros apelidos de cangaceiros mortos em combate. Dessa forma, há muitos cangaceiros que receberam o mesmo nome duas, três e até quatro vezes, como é o caso de Azulão. O primeiro Azulão era integrante do bando de Antônio Silvino, o segundo do bando de Sinhô Pereira, o terceiro e o quarto pertenceram ao bando de Lampião.

Havia também os que não adotavam esse subterfúgio, desafiando o mundo. Bradavam os seus nomes verdadeiros para mostrar valentia.
Segundo consta, o apelido de Virgulino Ferreira da Silva, Lampião era por causa da rapidez com que ele atirava, dando a impressão de um lampião que se acendia.
Relação, em ordem alfabética, de nomes próprios e “nomes de guerra” de diversos cangaceiros, com base nas obras consultadas, citadas no final do texto:

Açucena (Laurindo Batista Gaia)
Alexandre Mourão
Ameaço
André Marinheiro (André Lopes de Sá – também assinava André Gomes de Sá)
Ângelo Umbuzeiro
Anjo Novo (Ângelo Carquejo)
Antão Godê (Antão Clemente Gadelha)
Antônio Batista Sobrinho
Antônio Bernardo
Antônio de Engracia
Antônio de Ó
Antônio de Sinhô Naro
Antônio do Gelo (Antônio Rosa Ventura)
Antônio Francisco da Silva
Antônio Mariano
Antônio Marinheiro (Antônio André de Sá)
Antônio Matilde (Antônio José Ferreira)
Antônio Peixe (João Rodrigues de Lima)
Antônio Pereira dos Santos
Antônio Porcino
Antônio Silvino (Manuel Batista de Morais)
Antônio Thomaz
Antônio Valério
Arvoredo (Hortêncio)
Asa Branca ou Ciço Costa (Cícero Costa Lacerda)
Atividade
Bagaço e posteriormente Meia Noite (Antônio Augusto Correia)
Balão (Guilherme Alves)
Baliza (cabra de Lampião)
Baliza (José Dedé, cabra de Sinhô Pereira)
Baliza (Manuel Batista Elifas, cabra de Antônio Silvino)
Bananeira
Barbosa
Barra Nova
Beija- Flor ou Biu (Artur José Gomes da Silva)
Bem-Te-Vi (Laurindo)
Benevides (Massilon Leite)
Benício (cabra de Lucas da Feira)
Bicheiro (cabra de Antônio Silvino)
Bimbão
Boa Vista
Boca Negra (Custódio, cabra de José do Telhado)
Bom Deveras (Manuel Marcolino)
Borboleta (cabra de Antônio Silvino)
Bronzeado (Manuel Ferreira)
Cabeleira (José Gomes)
Cabo Preto
Cacheado (Deodato, cabra de Sinhô Pereira)
Cachimbo (Manuel de Tal, cabra de Jesuíno Brilhante)
Café Chique (José Necão)
Caixa de Fósforo
Cajazeiras (cabra de Benevides)
Cajueiro (José Terto)
Canabrava (Antônio Felix)
Cansanção
Cariri (Joaquim, cabra de Cassimiro Honório)
Carrasco
Carta Branca ou Pedro Quelé (Pedro José Furtado)
Casa Velha ou Zé Piutá (José Bernardo)
Casca Grossa (Miguel Inácio dos Santos)
Cassimiro Honório
Chá Preto (Damásio José da Cruz)
Chico Caixão (Cornélio, cabra de Sinhô Pereira)
Chico Pereira (Francisco Pereira Dantas)
Chiquito (cabra de Luís do Triângulo)
Chocho (cabra de Luís do Triângulo)
Cindário (Jacinto Alves de Carvalho)
Cirilo Antão
Cirilo de Engrácia
Cirilo do Lagamar
Clementino Cordeiro de Morais
Clementino José Furtado Quelé
Cobra Preta
Cocada (Manuel Marinho)
Coco Verde (cabra de Antônio Silvino)
Coqueiro (João Cesário)
Coqueiro (Joaquim de Tal)
Corisco (Critino Gomes da Silva Cleto)
Cravo Roxo
Criança (cabra de Corisco)
Criança (cabra de Tibúrcio Santos)
Criança (José Francisco da Silva)
Dadá (Sérgia Ribeiro da Silva, mulher de Corisco)
Damião (cabra de Tibúrcio Santos)
Delegado (João Severiano, cabra de Jesuíno Brilhante)
Deus-te-guie
Devoção
Dô da Lagoa do Mato ou Seu Dô (Dativo Correia Cavalcanti)
Duque ou Duquinha (cabra de Antônio Silvino)
Elpídio Freire
Esperança (Antônio Ferreira da Silva,  irmão de Lampião)
Faísca (cabra de Floro Gomes)
Ferrugem (Deco Batista)
Fiapo (Andrelino, cabra de Sinhô Pereira)
Firmino Miranda
Flaviano (cabra de Lucas da Feira)
Floro Gomes
Francisco Barbosa
Fura Moita (Firmino Paulino)
Gato (Amâncio Guedes de Farias, cabra de Antônio Silvino)
Gato (cabra de Sinhô Pereira)
Gato (José Pereira, cabra de Jesuíno Brilhante)
Gato (Sátiro de Tal, cabra de Lampião)
Gavião
Gitirana
Guerreiro (cabra de Corisco)
Inácio Nóbrega de Medeiros
Ioiô (Antônio Quelé, irmão de José Furtado Clementino Quelé, de Quintino Quelé e de  Pedro Quelé – Carta Branca)
Jaçanã
Jacaré
Jandaia
Januário (cabra de Lucas da Feira)
Jararaca (José Leite de Santana)
Jesuíno Brilhante (Jesuíno Alves de Melo Calado)
Jiboião (Francisco, cabra de Sinhô Pereira)
Jitirana
João Branco (cabra de Cassimiro Honório)
João Brito (cabra de André Marinheiro)
João Cirino
João da Banda (João de Arruda Cordeiro)
João Dedé
João Mariano
João Nogueira Donato
João Vaqueiro (cabra de Tibúrcio Santos)
Joaquim (cabra de Lucas da Feira)
Joaquim Cariri
Joaquim Coqueiro
Joaquim Gomes (cabra de Vinte Dois)
Joaquim Mariano
Joaquim Marques
Joaquim Monteiro
José (cabra de Lucas da Feira)
José Bacalhau
José Baiano
José Baliza
José Barbosa
José Barbosa
José Bizarria (cabra de Luís do Triângulo)
José Côco (cabra de Benevides)
José da Umburana (José Alves de Carvalho)
José de Genoveva
José de Guida (José Alves de Lima)
José Dedé
José Marinheiro (José André de Sá)
José Melão
José Pedro
José Pequeno (cabra de André Marinheiro)
José Pequeno (cabra de Benevides)
José Pinheiro
José Prata
José Roque (cabra de Benevides)
José Sereno (Antônio Ribeiro)
José Valério (cabra de Tibúrcio Santos)
Jovino Cirino
Júlio Porto (cabra de Benevides)
Jurema (Inácio Nobre de Medeiros)
Jurema (Inácio Nóbrega de Medeiros)
Juriti (João Soares)
Labareda (Ângelo Roque da Silva)
Labareda (Pedro Francisco da Luz, cabra de Antônio Silvino)
Lampião (Virgulino Ferreira da Silva)
Latada (Raimundo Ângelo)
Lavandeira
Limoeiro
Lua Branca
Lucas da feira
Lucas das Piranhas
Luís Brilhante (cabra de Benevides)
Luís do Triângulo ou Luís da Cacimba Nova (Luís Pereira de Souza ou Luís Nunes de Souza)  
Luís Padre (Luís Pereira da Silva Jacobina)
Luís Pedro (Luís Pedro Cordeiro)
Luís Sabino
Maçarico (Luís Macário)
Malícia (Luís Macário)
Mane Chiquim
Mansidão (Luís Mansidão)
Manuel Ângelo
Manuel Barbosa
Manuel Benedito
Manuel de Emília
Manuel de Nara (cabra de Antônio Silvino)
Manuel Isidoro da Cunha
Manuel Pajeú
Manuel Porcino
Manuel Prata
Manuel Santana
Manuel Toalha
Manuel Vaqueiro
Manuel Vítor da Silva ou Manuel Vítor Martins
Mão Foveira ou Serra d´Umã (Domingos de Souza)
Mão-de-Grelha (Marculino, cabra de Sinhô Pereira)
Marcula (Marculino do Juá)
Maria Bonita (Maria Déa de Oliveira)
Mariano (Mariano Laurindo Granja)
Marinheiros (irmãos André, Antônio e José)
Marreca (Marculino Pereira)
Mateus
Meia Noite (Antônio Augusto Correia)
Meia Noite (Vicente Feliciano de Lima)
Mel-com-terra (Benedito Valério)
Mergulhão (Constantino, cabra de Sinhô Pereira)
Mergulhão I (cabra de Lampião)
Mergulhão II ou Marguião (cabra de Lampião)
Meu Primo (Sátiro)
Miguel Feitosa
Miguel Praça
Mocinho Godê
Moderno (Virgínio)
Moeda
Moita Braba
Moitinha (Joaquim Brás)
Mormaço
Mourão (Pedro, cabra de Sinhô Pereira)
Navieiro (Deodato, cabra de Sinhô Pereira)
Neco Barbosa
Negro Tibúrcio (Tibúrcio Santos)
Nicolau (cabra de Lucas da Feira)
Padre (José Antônio)
Pancada (José Lino de Souza)
Passarinho
Pedro Fernandes
Pedro Miranda
Pedro Paulo
Pedro Porcino
Pedro Rocha
Pilão Deityado (Antonio Dino)
Pinga Fogo (cabra de Benvides)
Pintadinho (Manuel Lucas de Melo)
Pitombeira (Manuel Vitória)
Plínio (cabra de Sinhô Pereira)
Pontaria (Ricardo Neném)
Ponto Fino (Ezequel Ferreira da Silva ou Ezequiel Profeta dos Santos, irmão mais novo de Lampião)
Português (Francelino José Nunes)
Quinta-Feira
Quintino Quelé
Raimundo Agostinho
Raimundo Constantino
Raimundo Patrício
Raimundo Tabaqueiro
Rajado (João Davi)
Rajado (José Davi)
Reboliço
Relâmpago (cabra de Corisco)
Relâmpago (cabra de Lampião)
Relâmpago (José Felipe Carmo dos Santos)
Rio Branco (cabra de Corisco)
Rio Preto (Firmo José de Lima)
Rouxinol (José Nogueira Deodato)
Sabiá
Sabino (Sabino Gomes de Góis, também conhecido por Gomes de Melo e Barbosa de Melo e ainda Gore ou Goa)
Sabonete
Saracura
Sereno
Serra Branca (Joaquim José de Moura ou Joaquim de Moura Barbosa)
Sila (Ilda Ribeiro de Souza, mulher de José Sereno)
Sinhô Pereira ou Seu Rodrigues (Sebastião Pereira e Silva)
Suspeita (Orestes, cabra de Sinhô Pereira)
Tempestade (Antônio Felix)
Tempo Duro
Teotônio da Siliveira (sic) (cabra de Luís do Triângulo)
Terto Barbosa
Tiburtino
Toinho da Cachoeira (cabra de Luís do Triângulo)
Torquato (cabra de Luís do Triângulo)
Trovão
Ulisses Liberato de Alencar
Urso (Ursulino dos Santos)
Valderedo Ferreira
Vassoura (Livino Ferreira da Silva ou Livino Ferreira dos Santos ou Livino Ferreira de Souza, irmão de Lampião).
Velocidade (Pedro Pauferro da Silva)
Venâncio
Ventania (cabra de Antônio Silvino)
Vereda (cabra de Corisco)
Vicente de Marina
Vicente Moreira
Vinte Cinco (José Alves de Matos)
Vinte Dois (João Marculino)
Volta Seca (Antônio dos Santos)
Zé Baiano
Zé Sereno

O que foi o cangaço?

O que foi o cangaço?

Foi uma onda de banditismo, crime e violência que se alastrou por quase todo o sertão do Nordeste brasileiro entre o século 18 e meados do século 20. Para alguns especialistas, o cangaço teria nascido como uma forma de defesa dos sertanejos diante da ineficiência do governo em manter a ordem e aplicar a lei. Mas o fato é que os bandos de cangaceiros logo se transformaram em quadrilhas que aterrorizaram o sertão, pilhando, assassinando e estuprando. Para combatê-los, o governo reagia com as "volantes", grupos de policiais disfarçados de cangaceiros, que muitas vezes eram mais brutais que os próprios cangaceiros. O maior de todos os cangaceiros, Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, começou a atuar em 1920. Estima-se que sua gangue chegou a matar mais de mil pessoas. As primeiras mulheres juntaram-se ao cangaço a partir de 1930 - a pioneira foi Maria Bonita, companheira de Lampião. O sucesso de seus ataques contra fazendas e vilarejos fez a polícia intensificar os esforços para enfrentá-los, usando armamentos que os cangaceiros jamais conseguiram comprar, como submetralhadoras. Em 1938, Lampião e Maria Bonita foram mortos por uma volante. Um dos sobreviventes, Corisco, tentou assumir o lugar do chefe, mas foi morto pela polícia em 1940, num ataque que encerra o cangaço.
PCC do sertão Ataque a povoados rolava de repente e podia durar mais de um dia DESEMBARQUE SURPRESA
Primeiro, um cangaceiro disfarçado visitava um povoado para checar a quantidade de policiais (em geral, poucos) e avaliar sua capacidade de resistência (em geral, nenhuma). Acertada a invasão, o bando chegava de súbito, sem muita tática e com alarde para causar pânico geral
CHAME O LADRÃO
Nos vilarejos do sertão, a força policial costumava resumir-se a um punhado de homens, com armas antiquadas e pouca munição. Inferiorizados numericamente por um bando de cangaceiros armados com rifles poderosos, só restava aos policiais fugir
BOB ESPONJAS
O estoque de bebidas alcoólicas do armazém local era confiscado pelos cangaceiros, que promoviam enormes bebedeiras. Eles também aproveitavam para reabastecer de cachaça seus cantis e fazer reservas para consumir durante suas andanças pelo sertão
DEDOS LEVES
Sem a resistência policial, cangaceiros dedicavam-se a saquear o vilarejo, roubando tudo o que tivesse algum valor e pudesse ser carregado. Mas costumavam respeitar bens, jóias e dinheiro pertencentes à igreja local, evitando agredir padres e sacristãos
CORDA NO PESCOÇO
Antes de sair dos povoados, os cangaceiros podiam enforcar autoridades ou suspeitos de colaborar com a polícia. Antes de partir, os bandidos advertiam a população de que qualquer ajuda ao governo seria punida com a morte na invasão seguinte
COVARDIA SEXUAL
As mulheres do vilarejo, em especial as mais jovens, estavam sujeitas a abusos sexuais e estupros. Mas alguns chefes de bandos faziam questão de manter o respeito às mulheres da vila capturada, chegando a punir cangaceiros que praticassem violências contra elas
O cangaceiro Kit básico incluía rifle, cantil, roupas contra o sol - e uma pinguinha, huihui CHAPÉU
De couro ou feltro grosso, com abas largas dobradas
CARTUCHEIRAS
Eram até 18 quilos de munição
ARMAS
A principal era o rifle Winchester 44
CAPANGA
Uma bolsa com remédios, fumo e brilhantina
LENÇO
Protegia boca e nariz contra a poeira
ROUPA
Resistente, tinha mangas compridas contra o sol
CANTIL
Um tinha água, recolhida da chuva. O outro, pinga